
O que pode estar proporcionando isso? Por que o Brasil é tão ineficiente? Posso dizer que vários fatores contribuem para essa situação vergonhosa e praticamente nada contribui positivamente para reverter esse quadro, conforme pontuo a seguir:
1 – Investimentos no país
O Brasil não investe o devido quando comparado a outros países. Apenas para comparação, o país investe algo em torno de 18% do PIB enquanto que o vizinho Peru investe 26,5% em média e o México 24%. O Peru apresentou avanço no PIB em aproximadamente 6% em 2013, enquanto o Brasil 1,2%.
Uma nação que não investe em pesquisa, em novas tecnologias, em infraestrutura e melhorias de processos vai continuar nas últimas colocações no ranking de competitividade por muito tempo (57a posição entre 60 países).
2 – Instabilidade econômica

Para 2015 as projeções para PIB, inflação e câmbio são desanimadoras. A economia aponta para novo período de recessão.
3 – Qualificação da mão de obra
O Brasil apresenta problemas sérios com relação a oferta de mão de obra. Um dos piores critérios avaliados quanto a ambiente empreendedor no Brasil é a baixa oferta de mão de obra qualificada. Por mais que tenha oferta de cursos preparatórios, é necessário um foco maior na qualificação. O país tem apenas 1 universidade entre as 200 consideradas melhores do mundo. Não é referência em educação nem mesmo na América Latina.
4 – Excesso de burocracia
O excesso de burocracia trava processos, requer um corpo mais inchado, resultando em grande ineficiência. Quanto mais processo, menor a eficiência e maior o custo de operação.
O país deixa de crescer 2 pontos percentuais do PIB por ano por conta desse monstro. Tivemos na última semana o lançamento do Programa Brasil Mais Simples, que promete reduzir a burocracia a partir de junho. Espero que realmente funcione.
5 – Custo Brasil
Paga-se cada vez mais caro para viver aqui no Brasil e o retorno obtido é muito pequeno. Esse custo cada vez maior encarece processos e coloca o investimento em mão de obra como algo não prioritário para muitas empresas.
6 – Fuga de capital

Importante destacar que esses gastos crescem pelo simples fato de haver no exterior ofertas de melhor qualidade e em melhores condições de pagamento do que as encontradas no Brasil.
Ao invés de corrigir a situação investindo em melhorias, o poder público brasileiro adota medidas ainda mais punitivas para tentar coibir a saída de capital.
7 – Dias úteis
No Brasil o número de feriados interfere demais. Para 2015 a Federação Nacional do Comércio projeta perda de R$ 15,5 bilhões em vendas por causa dessas datas. E no país ainda existe a cultura de torcer para que o dia de feriado seja em uma quinta ou terça-feira para “enforcar” a sexta ou a segunda.
Outro hábito comum é o de dizer que no Brasil só se trabalha mesmo depois do carnaval. Isso é muito comum nas repartições públicas, sendo tratado com algo justo, chegando ao ponto do Congresso Nacional tirar 10 dias de recesso durante o último carnaval. Como eles têm 2 meses de férias no ano e trabalham de terça a quinta, pode ser realmente considerado como algo normal para os padrões deles.
8 – Alto índice de absenteísmo

9 – Falta de preparo das empresas
A maioria esmagadora das empresas peca pela ineficiência. Quando avaliamos se elas adotam práticas como a de definir perfis adequados, modelo de contratação, plano de treinamento, aspectos relacionados a remuneração e motivacionais, os resultados são pífios.
Essas atitudes contribuem demais para queda de produtividade, elevação de turnover e absenteísmo.
O que fazer?
Costumo sempre dizer que se a estrada é ruim, o veículo e o motorista precisam ser muito bons. Se o poder público (principalmente) coloca o país na 120a posição em ambiente de negócios, o empresário precisa preparar-se cada vez mais para deixar a empresa competitiva. E ao mesmo tempo precisa atuar junto com a sociedade no sentido de pressionar o governo para um país melhor. Está cada dia mais complicado viver no Brasil. Precisamos de forma urgente sair da zona de desconforto.
Escrito Por: Bráulio S. Araújo
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