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segunda-feira, 22 de junho de 2015

Improdutividade do trabalhador no Brasil – 6 brasileiros para 1 norte americano.

Até 2013 eram necessários 5 brasileiros para produzir o mesmo que 1 norte americano. Em 2015 foi feita nova avaliação pela Organização americana The Conference Board e reunida pelo Instituto de Economia da UFRJ. Melhoramos? NÃO. O estudo aponta que atualmente o brasileiro produz o equivalente a 17,2% do que o norte americano produz.  Na comparação com o México, a relação foi de 52,6%, com a Argentina ficou em 58,91% e com a Venezuela, 68%. Para chegar a esse indicador divide-se o PIB de cada país pelo número de pessoas ocupadas, sendo uma forma muito interessante de avaliar oíndice de eficiência do país. Vale destacar que no Brasil existem aproximadamente 40% da população ativa sem renda própria.
O que pode estar proporcionando isso? Por que o Brasil é tão ineficiente? Posso dizer que vários fatores contribuem para essa situação vergonhosa e praticamente nada contribui positivamente para reverter esse quadro, conforme pontuo a seguir:
1 – Investimentos no país
O Brasil não investe o devido quando comparado a outros países. Apenas para comparação, o país investe algo em torno de 18% do PIB enquanto que o vizinho Peru investe 26,5% em média e o México 24%. O Peru apresentou avanço no PIB em aproximadamente 6% em 2013, enquanto o Brasil 1,2%.
Uma nação que não investe em pesquisa, em novas tecnologias, em infraestrutura e melhorias de processos vai continuar nas últimas colocações no ranking de competitividade por muito tempo (57a posição entre 60 países).
2 – Instabilidade econômica
Qualquer nação que se encontra em um cenário de instabilidade econômica apresenta redução de investimentos na maior parte das empresas. Portanto poucas investem em modernização de processos ou preparação de pessoal.
Para 2015 as projeções para PIB, inflação e câmbio são desanimadoras. A economia aponta para novo período de recessão.

3 – Qualificação da mão de obra
O Brasil apresenta problemas sérios com relação a oferta de mão de obra. Um dos piores critérios avaliados quanto a ambiente empreendedor no Brasil é a baixa oferta de mão de obra qualificada. Por mais que tenha oferta de cursos preparatórios, é necessário um foco maior na qualificação. O país tem apenas 1 universidade entre as 200 consideradas melhores do mundo. Não é referência em educação nem mesmo na América Latina.
4 – Excesso de burocracia
O excesso de burocracia trava processos, requer um corpo mais inchado, resultando em grande ineficiência. Quanto mais processo, menor a eficiência e maior o custo de operação.
O país deixa de crescer 2 pontos percentuais do PIB por ano por conta desse monstro. Tivemos na última semana o lançamento do Programa Brasil Mais Simples, que promete reduzir a burocracia a partir de junho. Espero que realmente funcione.
5 – Custo Brasil
Paga-se cada vez mais caro para viver aqui no Brasil e o retorno obtido é muito pequeno. Esse custo cada vez maior encarece processos e coloca o investimento em mão de obra como algo não prioritário para muitas empresas.
6 – Fuga de capital
Mesmo com o dólar valendo quase 3 vezes o valor do Real, os gastos brasileiros no exterior crescem a cada ano, o que não contribui em nada para o nosso PIB. Se as riquezas saem, o PIB não cresce o quanto deveria, contribuindo para o não aumento do indicador de produtividade.
Importante destacar que esses gastos crescem pelo simples fato de haver no exterior ofertas de melhor qualidade e em melhores condições de pagamento do que as encontradas no Brasil.
Ao invés de corrigir a situação investindo em melhorias, o poder público brasileiro adota medidas ainda mais punitivas para tentar coibir a saída de capital.
7 – Dias úteis
No Brasil o número de feriados interfere demais. Para 2015 a Federação Nacional do Comércio projeta perda de R$ 15,5 bilhões em vendas por causa dessas datas. E no país ainda existe a cultura de torcer para que o dia de feriado seja em uma quinta ou terça-feira para “enforcar” a sexta ou a segunda.
Outro hábito comum é o de dizer que no Brasil só se trabalha mesmo depois do carnaval. Isso é muito comum nas repartições públicas, sendo tratado com algo justo, chegando ao ponto do Congresso Nacional tirar 10 dias de recesso durante o último carnaval. Como eles têm 2 meses de férias no ano e trabalham de terça a quinta, pode ser realmente considerado como algo normal para os padrões deles.
8 – Alto índice de absenteísmo
O índice aceitável de faltas no trabalho não pode ultrapassar 5%, mas no país é comum ver esse número passar de 15%. Esta cada vez mais comum faltar, existindo em muitas regiões verdadeiras “fábricas” de atestados médicos. São relatados casos inclusive de entidades representativas estimulando essas atitudes.
9 – Falta de preparo das empresas
A maioria esmagadora das empresas peca pela ineficiência. Quando avaliamos se elas adotam práticas como a de definir perfis adequados, modelo de contratação, plano de treinamento, aspectos relacionados a remuneração e motivacionais, os resultados são pífios.
Essas atitudes contribuem demais para queda de produtividade, elevação de turnover e absenteísmo.
O que fazer?
Costumo sempre dizer que se a estrada é ruim, o veículo e o motorista precisam ser muito bons. Se o poder público (principalmente) coloca o país na 120a posição em ambiente de negócios,  o empresário precisa preparar-se cada vez mais para deixar a empresa competitiva. E ao mesmo tempo precisa atuar junto com a sociedade no sentido de pressionar o governo para um país melhor. Está cada dia mais complicado viver no Brasil. Precisamos de forma urgente sair da zona de desconforto.
Escrito Por: Bráulio S. Araújo

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